Sim. Nesta madrugada, por volta das duas horas da manhã, um grupo de pessoas chegou até o canteiro central da Praça Julio Cesar Vanini e estenderam algo semelhante a uma lona em volta da árvore Carvalho. Deu pra perceber que seria para proteção contra intempéries: chuva, sol, vento. Mas logo em seguida desmancharam. Pensei que então era apenas para esticar, talvez por estar molhada ou coisa assim.
Minhas deduções foram por água abaixo quando vi que foi montada não só o "teto" como também as "paredes" de um acampanhamento. Com direito a "varanda", inclusive, debaixo de limoeiros, ao lado da casa do Dna Sebastiana, no terreno pertencente à praça Julio Cesar Vanini.
Segundo o que sabia, trata-se de uma família que está em um imóvel abandonado, situado na curva da Rua Pero Correia, altura do número 600. Também segundo comentários, estavam utilizando um Escort, também abandonado, para dormir. Com o "acampamento sendo construído", talvez os dois locais sejam deixados de serem utilizados.
Trata-se, provavelmente, de uma família sem teto. Pessoas que encontraram estas alternativas para moradia.
Vi que dentre estas pessoas, está uma adolescente, se não me engano de 16 anos, que está gravida. Sei que está grávida pois dias atrás, ainda sem saber quem era, veio pedir água para mim, mas quando pensei que era para beber, disse que era para limpar o barro do sapato pois ela havia caído na lama que entrou na quadra Juceva. E, até onde eu sei, não foi ao serviço médico para ver se está tudo bem com ela e a criança. Agora vir "morar" em um "acampamento", não deve ser a melhor condição para se gerar uma criança, ainda mais em um local público.
O que pode o "poder público" fazer para esta família? Veja que escrevi o que pode fazer "para" e não "contra". Não sei o histórico desta família, mas como tantas outras sobre as quais lemos, ouvimos ou assistimos, sabemos que a violência não é o melhor caminho para isso. Precisam soluções. E isso, quem pode fazer é o "poder público" que pode tomar providências. Defesa Civil, Vara da Infância e Juventude, SubPrefeitura, Vereança...
Espero, e creio que você, que está lendo este boletim neste momento, também espera que tais autoridades tomem as devidas providências. Ou será que vamos ver uma nova moradia (ou moradias) se erguendo para depois afirmarem que não podem tirar pois tem crianças, e até acabarem dando condições de água e saneamento?!? Vão esperar trocarem as paredes de lona por madeiras? Foi assim que muitos bairros foram sendo legalizados. Temos algo muito próximo. O bairro de Heliópolis, onde parte da comunidade nasceu assim.
Ok, estou exagerando! Estou exagerando?
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